sexta-feira, janeiro 28

Ontem Fui, Hoje Sou


E chega um certo dia que nos transformamos de tal maneira que nem a própria essência do "outro" consegue nos enxergar. É o momento quando a caminhada da vida nos equilibra,  passamos a atingir um patamar quase invisivel...  
De tudo, só nos resta ser sempre o ontem e o hoje, indo salutando..., lembrando que o mundo não para. Como bem dizem, na natureza nada se PERDE.
Seguir em frente, andar devagar..., fazer boas escolhas...,  levando sorrisos e sentindo-se mais forte, mais feliz... conhecendo mais e mais o pulsar que existe dentro de si mesmo e sorrir... agradeçer a vida e o fato de poder sorrir simplesmente... SER e VIVER!

Fui,
um imolado daquela enfermidade social,
um náufrago daquele conformismo infernal,
um resto de uma existência dirigida,
um acompanhante desacompanhado.

Fui,

carne, que ardia em cada fenecer,
espírito que padecia em cada sofrer,
ninguém como alguém que nada quer ser,
produto de um meio que não se descondicionou.

Sou,

uma consciência desapossada e incontida,
um todo que se faz a si mesmo,
uma parte de um todo descontraído,
um ser que se encontrou e se fez sentido.

Sou,

alegria em todo amanhecer,
amante amado em todo anoitecer,
felicidade que se expande,
aquele que, apesar de tudo,
não deixa de ser.

[José Valdir Pereira]

3 comentários:

Escritor e poeta josé valdir disse...

A sensibilidade humana não contempla igualmente a todos os terráquios, a ponto de dar-lhes condições de compreender o que está a interpretar a vida, o poeta, quando este chega aos extremos do seu ser poeta, sua maneira de ver e sentir o universo na sua canção de exílio, quando sai e volta descarregado do que era, fora e vira, e cheio do nada querendo que haja recomeço, nova luz, novo rumo, na esperança de que a vida nasce todo dia ao amanhcer e morre quando é noite!"(jose valdir pereira)

Um beijo, mana e parabéns pela singular sensibilidade...

Francisca disse...

Ola mano e poeta, obrigada pela participação tão singular.
Sempre é um honra para mim quando vou "remexer" minhas gavetas contidas de uma parte de um todo descontraido. As veias latejam mais forte e o encontro do que sou e fui passam a ser outra vez. Acredito ser este mais um dos grandes mistérios da vida, há sempre um recomeço com as junções de todos os percalços e percursos vividos. E, bem haja a razão e sensibilidade que concomitante minam dando graças a vida que é tão bela!
Bjos mano, mais uma vez parabéns pelo tamanho intelecto do seu ser poeta!

Escritor e poeta josé valdir disse...

Que lindo tudo isso que dizemos...