quarta-feira, outubro 21

Rondônia e a Usina das 700 Mulheres

A usina das 700 mulheres

Elas já desviaram o rio, agora furam pedras, explodem rochas, dirigem máquinas pesadas... Por três dias, CLAUDIA acompanhou a movimentação frenética das 700 mulheres que trabalham no canteiro da Hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia. Conheça as operárias responsáveis pela construção de uma das maiores obras de infra-estrutura do mundo, que produzirá energia para atender 11 milhões de residências.

A terra tem um tom alaranjado e parece estar ardendo em brasa. O sol produz a sensação térmica de 40 graus, os borrachudos não dão trégua e o cenário é cortado por caminhões, retroescavadeiras, betoneiras, tratores e rolos compactadores. Efervescência é a melhor palavra para definir o canteiro de obras às margens do rio Madeira, em Porto Velho, a 100 quilômetros da Bolívia. As mulheres se espalham pela área de 2,7 mil hectares, onde está sendo erguida a Usina Hidrelétrica Santo Antônio, uma das maiores iniciativas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

As 700 operárias – 14% da mão de obra contratada – formam o primeiro grande contingente feminino a atuar em todas as frentes de trabalho de uma construção pesada, revezando-se nas 24 horas do dia. Antes delas, já havia mulheres no setor (138 mil no país), mas, em geral, não ultrapassavam 2% dos operários de um empreendimento. Além disso, trabalhavam no almoxarifado ou acabamento. Poucas realizavam as tarefas rudes e reconhecidamente masculinas.

Na Santo Antônio, elas estão presentes desde o primeiro momento, em setembro de 2008. Rapidamente se adaptaram às novas atividades – bem diferentes do que faziam como domésticas, vendedoras ambulantes, artesãs, manicures, donas de casa. Como foram parar ali? O grupo Norberto Odebrecht, majoritário no Consórcio Santo Antônio Civil, responsável pelo canteiro, precisava inverter uma praxe do mercado, que é utilizar 30% de mão de obra local e 70% de migrantes.

“Porto Velho tem 5% do esgoto necessário, 12% de água tratada, criminalidade alta, deficiência na saúde e na educação. Trazer peões de fora só agravaria os problemas”, diz Antônio Cardilli, gerente administrativo e financeiro da Odebrecht. Pesquisas preliminares mostraram que a capital não dispunha de pessoal treinado para as primeiras 4,8 mil vagas. A alternativa foi criar, com apoio dos governos estadual e municipal, um projeto (o Acreditar) que preparasse gente para a empreitada.

Erguer um paiol para os explosivos é a atividade de Ana Roberta Carvalho, 36 anos. Ela é meio-oficial de pedreiro e pretende abrir mão do Bolsa Família, que, nos últimos anos, garantiu a sua sobrevivência e a das duas filhas. “Pensei que fosse mais difícil aprender o serviço”, conta ela. “Tudo o que eu sabia era bordar chinelos e panos de prato para vender na igreja.”

Ana se considera craque o suficiente para fazer, sozinha, aos domingos, a própria casa: “Vai ter uma varanda, dois quartos e janelas de vidro”. Além disso, está convicta de que não fica mais sem trabalho. A Hidrelétrica de Jirau, que começou a ser construída em junho a poucos quilômetros rio acima, também está contratando mulheres. As duas obras atraíram fornecedores (entre eles a fábrica de cimento Votorantim e a Alstom, produtora de equipamentos para energia e transporte) e, consequentemente, técnicos e executivos, o que impulsionou em 30% a construção de galpões fabris, casas, hotéis, lojas, postos de gasolina.

Por todo lado se lê: “Precisa-se de pedreiro”. Ainda estão previstas mais duas usinas (uma na divisa com a Bolívia), duas eclusas para a passagem de balsas e a reforma do antigo porto da cidade. O panorama enche de esperança as operárias e leva economistas a prever o crescimento do PIB do estado em 7% este ano.

Por: PATRÍCIA ZAIDAN / FOTOS MARTA SANTOS
Ver reportagem completa em:Claúdia Abril

domingo, outubro 18

Onde Voce Coloca o Sal?



"O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.
Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.
Ruim - disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago.
Então o velho disse:
- Beba um pouco dessa água. Enquanto a água corria do queixo do jovem o Mestre perguntou:
- Qual é o gosto?'
- Bom! disse o rapaz.
- Você sente o gosto do sal? perguntou o Mestre.
- Não disse o jovem.
O Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:
- A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu.
Em outras palavras: É deixar de ser COPO para tornar-se um LAGO.
(Pensamento Zen-Budista)

"Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido,
como lhe restaurar o sabor? ...
Vós sois a luz do mundo.
Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte;”
Mateus 5:13-15

sábado, outubro 17

Cidadania & Casamento: Uma troca que existe e persiste?

Para se proteger da intolerância contra os imigrantes
 e voltar a ser uma cidadã, com todos os direitos...

Brasileiras que vivem no exterior recorrem ao casamento de fachada. Com um marido de mentira, elas saem da clandestinidade... mas continuam correndo riscos. Carla, 31 anos, é diretora de recursos humanos na cidade californiana de Costa Mesa. Helena, 42, tem um restaurante em Londres. Rosa, 35, é dançarina em Tóquio. As três brasileiras arranjaram um casamento de fachada na tentativa de driblar a clandestinidade. Um marido nacional poderia lhes devolver a condição de cidadãs e o direito de trabalhar, dirigir o próprio carro, abrir um negócio, comprar um imóvel, entrar no país que escolheram para viver - ou sair dele - sem sobressaltos. Tudo na legalidade. Rosa ainda precisa se esconder da fiscalização porque o "marido" sumiu. As outras duas mulheres estão em paz com a polícia de imigração, mas não podem sequer revelar o nome verdadeiro nesta reportagem para não sofrer retaliações ou ter o passaporte cancelado.

Na tentativa de acabar com a clandestinidade, foi aprovado em 16 de outubro/2008, pelo Parlamento Europeu, com o apoio dos chefes de Estado dos 27 países membros da União Europeia, o documento Pacto Europeu, também conhecido como Pacto Sarkozy. Este, endurece o controle nas fronteiras e facilita a expulsão dos irregulares, estabelece, entre outras coisas, a Diretiva de Retorno, que prevê que, a partir de 2010, o estrangeiro em situação irregular terá até 30 dias para voltar ao país de origem; caso contrário, poderá ficar detido por até 18 meses antes da expulsão.

As novas medidas devem acelerar ainda mais a caça ao casamento por conveniência em Portugal, na Espanha e Inglaterra, nações europeias mais procuradas pelas brasileiras. Mas mesmo essa não é uma solução fácil. A mulher tem que ficar atrelada a um homem por anos. Ainda que não viva sob o mesmo teto, é obrigada a manter a aparência de que está bem casada. No período em que esperam pela legalização, essas brasileiras sentem-se angustiadas com a possibilidade de ser desmascaradas.

Ano passado, mes de setembro, em Lisboa, o Partido Nacional Renovador (PNR), de extrema-direita, ergueu em uma importante avenida da capital portuguesa um outdoor que dizia “Imigração? Nós dizemos não!” Uma ilustração preconceituosa acompanhava o título: uma ovelha branca expulsando do país seis ovelhas negras que representam, nas palavras do partido, “as causas e conseqüências de certos cânceres do país: criminalidade, desemprego, baixos salários, multiculturalismo, fronteiras abertas e subsídio dependência.” A onda de violência divulgada nos últimos meses pela imprensa portuguesa e que envolveu alguns imigrantes – brasileiros, inclusive --, além da crise financeira mundial, estimularam o PNR, um partido, na verdade, sem grande expressão, a tomar uma atitude dessas.

O cartaz ficou uma semana à vista, pois as autoridades de Lisboa exigiram a sua retirada. Mas foi tempo suficiente para provocar uma bela polêmica. Há anos que o tema imigração gera discórdia. Não é daqueles assuntos confortáveis para se levantar em qualquer tasca, taberna ou pub. As sociedades européias andam sensíveis. Uns compartilham as idéias do PNR, outros compreendem que a miscigenação ajuda a enriquecer o país cultural e economicamente. Defendem que a Europa possui muitos imigrantes pelo mundo afora e, por isso, teria a obrigação de receber os outros povos. É uma conversa sem consenso, mas que merece atenção.

Segundo estimativas da União Européia (UE), existem no seu território cerca de oito milhões de imigrantes ilegais. E o bloco dos 27 países assume que não tem condições de receber decentemente todos os migrantes que buscam aqui uma vida melhor. O combate aos irregulares é uma bandeira levantada pela UE em conjunto e por alguns governos em particular, como o de Silvio Berlusconi, que assim que voltou ao poder na Itália colocou nas ruas das principais cidades três mil militares armados com o argumento de aumentar a segurança, mas os policiais também formam aproveitados para vigiar os centros de imigrantes. Recentemente, o senado do país aprovou uma série de medidas contra os ilegais. A sucessão de deportações que aconteceu no início de 2008 no aeroporto de Madri e causou algum desconforto diplomático entre Brasil e Espanha é um outro exemplo. Para muitos especialistas, o episódio teve um fundo político, já que coincidiu com o período pré-eleitoral espanhol.

Cabe lembrar que o chamado Pacto Europeu sobre Imigração e Asilo, que também é conhecido como Pacto Sarkozy porque foi impulsionado pelo presidente francês estabelece uma política comum entre os países do bloco e consiste em cinco pontos: organizar a imigração legal de acordo com as necessidades e a capacidade de acolhimento, combater a imigração ilegal e expulsar os irregulares, fortalecer o controle nas fronteiras, aumentar a cooperação com os países de origem e melhorar o sistema de asilo.

Muitas vozes já anunciavam que estaria em processo a construção da intransponível “fortaleza” européia. Mas se por um lado, o bloco pretende combater a imigração ilegal e desenfreada, por outro, confessa que tem uma necessidade urgente de atrair trabalhadores. Prevê-se que até 2050 a União Européia necessitará de 20 milhões de profissionais estrangeiros devido à redução da população local. A intenção é seduzir imigrantes qualificados, que já somam 10% da população ativa na Austrália, 7% no Canadá e 3% nos Estados Unidos, por exemplo. Na Europa, esse grupo corresponde a apenas 1,7% dos trabalhadores. Para atingir a meta, a UE pretende implementar o “blue card”, um sistema que, como o “green card” americano, permitirá a entrada de pessoas qualificadas e necessárias ao mercado de trabalho.

Algumas das perguntas que ficam: será que essas medidas vão mesmo desencorajar os africanos famintos que na luta desesperada pela sobrevivência encaram uma viagem arriscada, em embarcações precárias, em direção ao mediterrâneo? Será que os brasileiros que ouvem histórias do primo ou do fulano que conseguiu construir a tão sonhada casa no Brasil com o dinheiro que mandava da Itália, da Espanha ou de Portugal vão deixar de ter o desejo de fazer o mesmo? Não seria mais prudente a Europa e o mundo pensarem (de verdade) em melhorar as condições nos países de origem dos imigrantes? Não seria mais prudente o Brasil alertar o seu povo de que aquele sonho de “fazer a América/Europa” já não é tão promissor?


Fontes: advogados Iara Nogueira Morton (EUA), Etsuo Ishikawa (Japão), João Bezerra (Portugal) e Vitória Nabas (Reino Unido) - Realização Sylvia Radovan/ Reportagem Ewerthon Tobace Claúdia Abril

sexta-feira, outubro 2

Apresentação de TCC (trabalho de conclusão de curso)



Em matéria de "TCC", defendo que não existe existe tema ruim, mas sim tema mal desenvolvido. Por este crucial motivo, recomendo que a temática a defender seja em área com a qual  haja uma identificação (fundamental ter amor para se dedicar com maior prazer), explore o que existe de mais avançado sobre o assunto (não esqueçendo das bases históricas). Finalmente, siga as normas de formatação e apresentação, boa sorte!

Ressalto, para amenizar a tensão que aumenta junto com a proximidade da apresentação do TCC, preparação é fundamental. Em alguns casos, seu orientador pode propor atividades para que tenha noção do que está por vir. Há até aqueles conseguiram ensaiar antes da apresentação oficial.

"Boas dicas", ajudam  e podem eliminar o nervosismo perante a banca:

"- Algumas instituições exigem que seus alunos usem roupas formais. Verifique o manual de seu curso para saber que roupa usar na apresentação.

- Releia o trabalho alguns dias antes da apresentação para lembrar todos os pontos abordados. Ter domínio sobre o conteúdo apresentado dá segurança para o aluno.

- Ensaie a apresentação quantas vezes achar necessário e peça a alguém que assista. As explicações devem ser entendidas mesmo para quem não tem conhecimentos da área.

- Durante os ensaios, calcule o tempo para saber se precisa diminuir ou incluir novos tópicos na apresentação.

- Lembre-se de enviar um e-mail ou telefonar para os convidados cerca de uma semana antes da data marcada para a banca.

- Um dia antes da apresentação, faça programas que não sejam relacionados ao TCC para evitar nervosismo, como assistir a filmes. Lembre-se também de manter uma alimentação leve.

- Para controlar a duração da apresentação, use um relógio ou combine com um amigo ou o orientador para avisar quando o tempo estiver acabando.

- Durante a banca, se o avaliador fizer perguntas que não sabe responder, não tente enganá-lo. Diga apenas que o assunto não foi abordado no trabalho."

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