segunda-feira, novembro 16

A Bomba Atômica no filme de Akira Kurosawa

O filme “Rapsódia em agosto” de 1991 entrelaça passado, presente e futuro, retratando as bombas atômicas que destruiram duas cidades,- Hiroshima e Nagasaki -, deixando  famílias japonesas em todo o mundo despedaçadas e mais de 200 mil mortos. Em cenas bonitas e sensíveis o filme se apresenta como uma composição poética que trata de uma dor que não cicatriza, ao mesmo tempo é uma narrativa que mostra as tradições japonesas frente às novidades do mundo moderno.

Aqui um pouco do filme, pela sinopse: “A história gira em torno de quatro adolescentes japoneses que têm a oportunidade de conhecer dois pontos de vista diferentes sobre o ataque nuclear ao Japão e sua consequências. Essa jornada ao passado tem início quando os quatro são deixados na casa da avó, Kane em Nagasaki, enquanto seus pais viajam ao Havaí para visitar um parente doente. Fascinados pelos acontecimentos dramáticos da Segunda Guerra, os jovens visitam um monumento dedicado à tragédia em Nagasaki e ouvem a versão da avó sobre o ataque ocorrido em agosto de 1945, de como ela perdeu o marido e teve sua vida modificada para sempre. Mais tarde, quando um sobrinho americano de Kane chega a Nagasaki para conhecer seus parentes nipônicos, eles têm aceso ao outro lado da história, também marcada pela dor e pelo arrependimento".

Na época em que vivemos, onde existe a ameaça de que a tecnologia das armas nucleares caia em mãos de grupos extremistas terroristas, e na qual um crescente número de nações almeja a posse de tal tecnologia, apesar dos já conhecidos enormes riscos e poucos benefícios que a energia nuclear oferece, é essencial relembrar Hiroshima e Nagasaki.

Em 6 de agosto de 1945, a primeira bomba atômica feita pelo homem e usada contra a própria humanidade explodiu na cidade japonesa de Hiroshima. Em 9 de agosto de 1945, foi a vez de outra cidade: Nagasaki - a maior comunidade cristã do Japão. Estima-se que 70 mil pessoas morreram na hora ou poucas horas depois das explosões. Outras 130 mil morreram nos 5 anos subseqüentes, em função de ferimentos e doenças causadas pela exposição à radiação. Assim, calcula-se que 200 mil pessoas teriam sido o custo pago pela passagem da humanidade para a Era Nuclear, mas estas são cifras mínimas estimadas. A verdade é que nunca se saberá ao certo quantas centenas de milhares de vidas foram tomadas ou afetadas para sempre com apenas duas explosões.

O texto a seguir foi compilado do livro "História em Revista - A Arte da Guerra", publicado pela Time-Life e Abril Livros em 1993.

"Desde os primeiros anos do século XX, os cientistas sabiam que poderosas forças habitavam o mundo invisível do átomo.