quinta-feira, outubro 30

Estudo revela perfil do imigrante brasileiro em Portugal


No encontro científico “Migrações Internacionais: Brasileiros no Mundo", que decorreu em Lisboa, foram apresentados os resultados prévios de um projeto sobre os imigrantes brasileiros em Portugal realizado em conjunto pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa de Lisboa), o Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações (do Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa) e o Centro de Estudos Sociais de Coimbra.

O projeto, intitulado “Vagas Atlânticas: Brasileiros em Portugal”, está sendo desenvolvido desde Novembro de 2007 e foi concluído em Janeiro de 2011.

Segundo a investigadora científica Beatriz Padilla, 1398 inquéritos foram aplicados, de Janeiro a Junho de 2009, numa amostra de imigrantes brasileiros, maiores de 16 anos, residentes em todo o país. O objectivo deste estudo foi, “através dos fluxos migratórios ao longo do tempo e da sua distribuição territorial, delinear as formas de integração e as perspectivas futuras do imigrante brasileiro que reside em Portugal.”

De acordo com o estudo, 84% dos imigrantes brasileiros que vivem em Portugal têm entre  20 e 44 anos e 57% são do sexo feminino. Além disso, grande parte destes imigrantes são bastante qualificados, visto que mais de 50% dos entrevistados disseram possuir o segundo grau e mais de 20% nível universitário.

Quanto à proveniência, a maioria dos imigrantes é oriunda do estado de Minas Gerais, seguido pelos estados de São Paulo e Paraná, respectivamente.

Se, por um lado, mais de 30% dos entrevistados disseram ter um companheiro(a) de nacionalidade brasileira, por outro lado, mais de 20% das mulheres brasileiras entrevistadas disseram ter um companheiro de nacionalidade portuguesa.

Quanto a inserção no mercado de trabalho e a mobilidade profissional dos imigrantes brasileiros em Portugal, a maioria destes imigrantes encontra-se no sector do comércio, alojamento, alimentação, transportes e similares; e os grandes empregadores em Portugal são as pequenas empresas. 

No que diz respeito à integração dos brasileiros na sociedade portuguesa foi lembrado que, a maioria (76%) entra em Portugal como turista, sem precisar de qualquer tipo de visto. Vêm e ficam, maioritariamente, em alojamentos com outros imigrantes (33,3%) ou em casas de familiares, amigos ou conhecidos (21,2%). 

A maior parte também revelou já ter sentido algum tipo de discriminação e 50,8% disse que os relacionamentos extra-profissionais se dão com pessoas da comunidade brasileira. 34,1% pretendem voltar para o Brasil; 30,2% ainda não sabem; e 17,2% tencionam permanecer em Portugal. Observou-se, porém, que os que pretendem voltar ao Brasil são os que mais se relacionam com a comunidade brasileira. Em contrapartida, os que tencionam ficar em Portugal procuram relacionar-se mais com a comunidade portuguesa.

Beatriz Padilla chamou atenção para o facto dos dados empíricos obtidos, “ilustrarem a diversidade dos fluxos migratórios, confirmarem a “feminização” desta migração; mostrarem que a qualificação média e média alta têm ultrapassado a baixa qualificação; e que as relações transnacionais têm ganho mais importância”.

O investigador português Jorge Malheiros também referiu a alteração dos fluxos migratórios, dizendo que estes, atualmente, têm envolvido mais idas e vindas entre Brasil e Portugal. Neste contexto, Durval Magalhães Fernandes, investigador da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, lembrou que a posição brasileira diante da crise internacional tem sido de incentivo à decisão de retornar ao Brasil.

Como se fosse " A Hora da Estrela"

Já que sou, o jeito é ser. E sou!

Escrevo neste instante com prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e explícita. Ainda me fazendo ousada, pois quando a razão vem fulminante, expele aquele que lhe é pusilânime, sem nada mais medir. A história - determino com falso livre arbítrio - vai ter personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro. Eu e tu [...] Junto a uma extrema sensibilidade e racionalidade que dói-me tudo... E lhe é bem feito, pois quis ser ousada e viver ou ser diferente do que a madrasta vida já te impunha que seja...

Cito que pouco gosto do “calhar". Sou do tenho certeza, gosto, quero, vivo completamente, ate sangrar se preciso for. E sem melodramas, digo que estou sangrando agora. Mas, e dai? Não me presto a insignificâncias e nem tão pouco a putrefação. Antecedentes meus do escrever? sou [...]um ser que, no caso,  nem serve para citar gêneros que difere da obscuridade.

E tu..., que tanto avanças como recuas, ao sabor de uma corrente que não mais controlas, vives numa hesitação imprudente que te amarra a uma saudade que te agarra pelos teus poucos cabelos, arrastado à força para outros lugares que te escondes dos outros. Ao sabor da tua ondulação interior. Vens e te mostras disfarçado como amante, para que o amor não te possa reconhecer. Te ocultas, covarde, para que não te impeçam de fugir. De ti próprio, em rumos aleatórios, com os outros a servirem de bodes expiatórios para as viagens que recusas em prática, mas, te servem para teoria como argumentos nessa tática que te esquivas para outros portos em busca de respostas às perguntas que não ousas vivenciar, até mesmo verbalizar.

Viaja enclausurado na mais absoluta escuridão, refém do coração que te apaga a luz do discernimento e ilumina cada momento com clarões coloridos de visões dos amores que dás por perdidos. Tão perdidos como tu, que viajas sem saberes por que e te afastas aos poucos de todos os pontos de referência gravados na consciência que te alerta em vão quando já foste  longe demais.

Então és assim..., encontras-te as sós com os fantasmas que acreditas possuíres a explicação para este impulso que te trai para essa esperança que se esvai repartida na bagagem que reclamas como perdida entre os achados nas respostas que jamais saberás interpretar. Viajas para procurar um espaço por preencher no vazio das tuas [demasiadas] interrogações.

Que mais? Sou diferente, única e especialmente inalcançável para o que corrói lentamente. Agora já entendi. O destino de uma mulher é ser mulher. E que mulher! Intuíra o instante quase dolorido e esfuziante do desmaio do amor. [...] Estrela de mil pontas. O que é que eu estou vendo agora é e que me assusta? Vejo que ela vomitou um pouco de sangue, vasto espasmo, enfim o âmago tocando no âmago: vitória! Vitória sim..., embora amarga! 

No fundo ela não passara de uma caixinha de música meio desafinada. 
Eu vos pergunto: - qual é o peso da luz?  E agora - agora se eu fumasse, só me restaria acender um cigarro e ir para casa. Mas, eu não fumo! E  sempre questionei o fato de quem pratica o  vício do fumo, ainda mais quando sabe que está a ser irresponsável consigo mesmo... Dai, é raciocinar e  concluir sem  sombra de dúvidas... Afinal, o que se pode esperar de pessoa assim? 

Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. Mas - mas eu também?! Sim, eu também! Vai um bocado  grande de mim nisso tudo, contudo não esqueço que nada se perde quando nada se tinha. Entretanto, me recordo que melhor será nunca esquecer. Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos. Enfim, descobrimos, descubro agora, que tudo começa e acaba com um sim. Conheço muito bem isso. Sei que também é preciso coragem para morrer, e este tipo de morte não morrida, já  bem conheço. Então, silêncio para ouvir o grito da vida. 

Quando penso em ti quase nada abala. A dor vem quando penso em um nós que não chegou a existir. O ar da realidade é um veneno que me entorpece, me impede de sentir o cheiro do que é felicidade, ou pelo menos do que foi e não mais. Estou perdida num caminho que eu pensei conhecer bem. Estou perdida dentro do meu coração. 
.
Tem gente que se esquece do valor das coisas, mas eu não vou te esquecer. Cada um sabe o que é valioso pra si, o que conquistei de ti, me pertence! Antes de qualquer coisa não pense que seja um mérito seu, não te esquecer é minha  opção pessoal. 

Costumo prezar por intenso tudo que escolho, até mesmo quando ainda são sementinhas... É como sou, honro minhas lembranças e por isso não desprezo o tempo que dediquei para alguém. Não ignoro as horas que pensei bem de ti, os sonhos que tive  e os poemas que escrevi... Apesar de.


Nota: Crônica em torno de trechos extraídos do livro "A Hora da Estrela" de Clarice Lispector. Quanto a caracterização de parte da escrita ser exposta em negrito, peço desculpas aos leitores.

quarta-feira, outubro 29

Considerações de Frei Betto sobre o caráter neoliberal do Governo LULA


Frei Betto, por dois anos trabalhou no Programa Fome Zero no governo Lula. Hoje considera que o Programa foi desfigurado e faz duras críticas ao caráter neoliberal do governo Lula. 

Em entrevista a Rede Eco Alternativo, 19-06-2007 (passaram-se já anos, porém continua sendo de grande importância na conjuntura da atual política brasileira), Betto fala ainda da sua relação com Cuba e o que pensa de Fidel Castro. Vai além, ao expressar o Brasil, expondo, "Eu costumo dizer que Deus quis inventar o Éden, o paraíso perdido no Brasil, por isso não nos deu nenhuma catástrofe natural. Nossa única catástrofe é a política, a classe política que temos".

Trechos de sua entrevista. 
Mais do que o livro [Fidel e a Religião], você tem mantido um diálogo com Fidel durante todos estes anos. Assim...,

Que impressão tem sobre Fidel, sobre a sua personalidade e o seu papel na história?
Muitas pessoas com a enfermidade de Fidel perguntam como será Cuba pós-Fidel. Minha reflexão é justamente ao contrário. Pergunto-me por Cuba pré-Fidel. Fidel é um exemplo de homem novo, de revolucionário, de uma pessoa que dedicou a sua vida à libertação de um povo e de outros povos também, por toda a sua solidariedade com os países pobres do mundo. Então quando falo de Cuba pré-Fidel, é porque meu sonho é que todos os cubanos e todos nós, revolucionários, militantes de esquerda, consigamos um dia ser como Fidel. No sentido de que Cuba realiza uma transição, porque 48 anos é muito pouco na história para o socialismo, num mundo globo colonizado com o paradigma neoliberal e toda uma cultura excessivamente capitalista, que vem ao encontro de nossas tendências mais negativas que são típicas do capitalismo, como é o caso do egoísmo.


Falar de Cuba, falar de Fidel é falar de como vamos ajudar este país a reinventar o socialismo, depois da queda do Muro de Berlim, da União Soviética, depois dos caminhos muitos singulares que a China tem abraçado. O que se coloca para todos nós, é como reinventar o socialismo. No sentido de que o socialismo, antes de ser um projeto de desenvolvimento, tem que ser um projeto de humanidade, de civilização, de virtudes humanas. 

Creio que Fidel adiantou-se à história. Vai ser sempre uma pessoa que irá deixar o exemplo, como o Che, que deu a sua vida pelos mais pobres. Ele estava no poder, poderia ter ficado tranqüilo, mas abriu mão de todas as suas funções e privilégios, para de novo começar desde o zero como um homem clandestino, primeiro no Congo e depois na selva da Bolívia para servir à libertação da Bolívia e da América Latina.

Eu penso que Fidel criou uma sociedade socialista que se mantém, porque soube cultivar aqui valores muito originais. Por exemplo, a primeira vez que vim à Cuba, eu esperava encontrar em cada esquina um busto de Marx ou Lênin. E encontrei um senhor que tinha a cabeça raspada, com um bigode que eu não conhecia. 

Efetivamente, não o conhecia, porque vivo no Brasil e o Brasil nesse momento estava de costas para a América Latina e de frente para a Europa, EUA… O processo de latino americanização do Brasil estava recém começando. Então me dei conta que esta revolução era muito mais martiana que marxiana. Utilizou a teoria de Marx na construção de seu projeto socialista, mas o pensamento de José Martín tem muita mais raiz, é muito mais forte neste país que todas as teorias marxistas e leninistas. Isto para mim explica como Cuba pode resistir às pressões da globo colonização e do imperialismo. Porque não se criou aqui um modelo mimético do modelo patriarcal burguês.

Explico-me melhor. Eu acredito que um dos erros da revolução soviética foi mudar o sistema, sem mudar o modelo. O modelo soviético era um modelo czarista. As carruagens do czar foram substituídas pelos carros luxuosos do Kremlin. E a nomenclatura era como a corte. Então, lamentavelmente esta é uma tendência que existe na história, que quando um grupo chega ao poder, como o que aconteceu na Revolução Francesa e em outros lugares, reproduz o seu antecessor. Em Cuba não aconteceu isto. Cuba criou uma revolução original, que manteve inclusive a religiosidade do seu povo.

Crônica do dia após Tsunami


Depois de ficar a noite inteira a pensar em um país distante - lá do Oriente -, para desopilar vou brincar de "Confissões no Espaço Vazio". Hoje cedinho pela manhã, já vencida pelo sono , estive vagando, pensando e lendo sobre o "vazio". Dai, a grande conclusiva ideia vem me do facto de, se o vazio não existisse, nada seria, porque é preciso um lugar onde se descarregue o negativo. Com efeito, tudo o que existe está num lugar que lhe é reservado para desoprimir. Outrossim, uma vozinha embalando-me na soneira do cansaço, veio me recordar de encontrar o meu lugar já conquistado, não ter medo dos momentos vazios que a vida me possa oferecer. 


Em conformidade, não esquecendo do que já disseram sobre o tambor que faz muito barulho mas é vazio por dentro e que mesmo onde você enxerga o vazio, pode ter gente dentro, relaxei com objetivo de dormir sossegadamente. Mas também, de tanto que permanecera no tempo vazio, fui em busca de preencher o dito. Dai, peguei o que alcancei primeiro, li alguma coisa sobre as "Confissões de Ana Carolina". Coisinha boba ou não para aqueles momentos vão? Bem, não importava muito, queria mesmo era sossegar... 

Envolvi-me na erudição da poeira sacudida do livro, onde a causadora da invenção vai ao próprio âmago de seu ser, em certas alturas confessa:


" Era uma vez
Uma menina-mulher independente que percebeu 
Que em sua vida faltava alguma coisa. 
Ela estava cansada de beijos sem sentimento, carícias sem motivo 
Sexo sem compromisso... 
Ela sabia que estava sofrendo por isso 
Mas esperava insistentemente que o príncipe encantado viesse salvá-la.

Um dia perguntei a ela
"Como é esse seu príncipe encantado?"
Eis o que ela me respondeu:
"Ele não deve existir....
ou, se existir, deve estar muito longe de mim...
Imagino que seja um homem maduro, inteligente, divertido
Que saiba me tratar como eu mereço
Que me sacie com carinhos, beijos e muito amor
Que acompanhe meu ritmo noite e dia
Que entenda de poesia e possa fazer nas horas mais inusitadas
E que seja ousado... "
Diante dessa confissão, me questionei
Se a princesa estaria sendo exigente demais
Ou se realmente esse príncipe existe....
Ela continua procurando!".

Então..., tudo extraviou-se. Percebi que no vazio da cerne, o âmago da questão não estava sendo compreendido, e que a natureza recusa o seu vazio. Como e se assim é, pedi ao Divino, que me desse a coragem de continuar considerando esse vazio como uma plenitude. Assim, pedido feito e concedido. Logo, veio o sono que combateu o desânimo e a letargia. Afinal, bons pensamentos chegaram concluindo, espaço vazio é espaço nunca desperdiçado. 

Presentemente, em virtude de, saúdo a estudiosa Lya Luft que aduz: "... Um anjo vem todas as noites: senta-se ao pé de mim, e passa sobre meu coração a asa mansa, como se fosse meu melhor amigo. Esse fantasma que chega e me abraça (asas cobrindo a ferida do flanco) é todo o amor que resta entre ti e mim, e está comigo. acho que a vida é um processo... É como subir uma montanha. Mesmo que no fim não se esteja tão forte fisicamente, a paisagem visualizada é melhor... Penso em ficar só, mas minha natureza pede diálogo e afeto."
Em suma. EU SOU!.

Tributo à irmã do meio


Menina,
Nem podes parar agora, se não a caminhada será em vão.
Uma menina assim, que tinha o corpo esquálido,
mas, carregado por uma alma aguerrida,
bem que merece o horizonte inatingível.
Lembranças de ti,agora invadem minha mente e,
me dão conta do quanto,ainda tenra, já ti doavas,
investindo num porvir de glória.
.
Mulher,
Não me lembro de ti a esmo,
sem caminho e sem caminhada.
Tens vida e teu passado é seiva forte,
que energiza teu coração,tua alma,teus pés.
Segue e caminha.
A luz ainda brilha e tens que alcançá-la
Segue!Nada espera!Vai!
.
Tudo que tens, do nada fizeste!
És mãe,és mulher e uma iminente vencedora,
porque queres vencer.
E nasceste para vencer,malgrado os percalços, os encalços,
e essa gente que insiste em não te ver.
A vida é uma relíquia e, como tal,
tem seu valor e precisa ser conquistada.
Ainda bem que sabes...
(Poeta José Valdir Pereira)
.
OBS: Este poema foi especialmente feito para mim, no ano de 2003.
Visitem site do autor: http://www.josevaldir.com/Site/#

A carta do Índio Chefe Seattle: "Manifesto da Terra-Mãe"

Um Sábio índio descreveu certa vez, os seus conflitos internos: "Dentro de mim existem dois cachorros, um deles é cruel e mau, o outro é muito bom e dócil. Eles estão sempre a brigar". Quando então lhe perguntaram qual dos cachorros ganharia a briga, o sábio indio parou, refletiu e respondeu: "Aquele que eu alimentar."

A carta do Índio Chefe Seattle: "Manifesto da Terra-Mãe"
Dia 19 de abril, é onde se faz homenagem a todos os povos indígenas, das mais diversas etnias, e a todos que lutam pelos seus direitos e pelo nosso meio ambiente, publico esta carta escrita em 1854 pelo chefe Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, em resposta ao Presidente dos EUA sobre a proposta de compra do território ocupado por aqueles índios. A carta foi divulgada pela UNESCO em 1976, quando das comemorações do Dia Mundial do Ambiente.

De lá para ca, certo é divulgar que, infelizmente, conforme dados da FUNAI, em pleno ano de 2009, 80% das terras indígenas ainda não estão demarcadas ou regularizadas. E vamos à leitura da carta: 
Eis o texto da carta:

"Como podeis comprar ou vender o céu, o calor da terra? A idéia não tem sentido para nós. Se não somos donos da frescura do ar ou o brilho das águas, como podeis querer comprá-los? Qualquer parte desta terra é sagrada para meu povo. Qualquer folha de pinheiro, cada grão de areia nas praias, a neblina nos bosques sombrios, cada monte e até o zumbido do inseto, tudo é sagrado na memória e no passado do meu povo. A seiva que percorre o interior das árvores leva em si as memórias do homem vermelho. 

Qual é a cor do amor?


Qual é a cor do amor?... Para mim é da cor do arco íris... Azul da cor do céu, amarelo da cor sol, cinza da cor das nuvens em dias nublados, transparente da cor da chuva, brilhante como as estrelas, branco como a lua transmitindo paz, preto no contrastes das noites estreladas, verde como a esperança, vermelho como o fogo que nos alimenta em dias de frio, invisível como o ar, o tempo e perfeitamente colorido como amor de Deus por toda humanidade. 
O Amor tem a cor dos sentidos que dermos a ele. É vida plena administrada pela fé conscientes do grande amor que unem a todos na ciranda da vida. Então, faço votos para que sua vida seja um eterno bailar de cores resplandecentes. Na verdade tudo que todos desejam está além do arco íris e sabe porque? Sempre falta algo para se alcançar. Deus te abençoe e realize seus sonhos mais coloridos.
Ah, vou contar um meio segredo: estou amando enxergar as cores do arco íris!. Mas, não te digo a quem amo, porque deixa de ser meio segredo.

O pente nos meus cabelos é faca enquanto é garfo para os demais.

Um dia li uma frase em Hegel: "nada de grande se faz sem paixão". Mas nada de pequeno se faz sem amor. A paixão testa, o amor prova. A paixão acelera, o amor retarda. A paixão repete o corpo, o amor cria o corpo. A paixão incrimina, o amor perdoa. A paixão convence, o amor dissuade. A paixão é desejo da vaidade, o amor é a vaidade do desejo. A paixão não pensa, o amor pesa. A paixão vasculha o que o amor descobre. A paixão não aceita testemunhas, o amor é testemunha. A paixão facilita o encontro, o amor dificulta. A paixão não se prepara, o amor demora para falar. A paixão começa rápido, o amor não termina.

Não me dou paz sequer um segundo. Medo imenso de perder as amizades, de apertar demais as palavras e estragar o suco, de ser violento com a respiração e virar asma. Até a minha insegurança é amor. O pente nos meus cabelos é faca enquanto é garfo para os demais. Sofro incompetência natural para medir a linguagem das laranjas, acredito desde pequeno que tudo o que cabe na mão me pertence. Minha lareira não dura uma noite, esqueço da reposição das achas, do envolvimento da lenha no jornal, de assoprar o fundo. Brigo com o bom senso. 

Ou sinto calor demais ou sinto frio demais. Uma ânsia de ser feliz maior do que a coordenação dos braços. Um arroubo de abraçar e de se repartir, de se fazer conhecer, que assusta. Parece agressivo, mas é exagerado. Conto tragédias de forma engraçada, falo de coisas engraçadas como uma tragédia. Nunca o riso ou o choro acontece quando quero. Cumprimento como se fosse uma despedida. Desço a escada de casa ao trabalho com resignação, mas subo na volta pulando os degraus. Esse sou eu: que vai pela esperança da volta. [Fabrício Carpinejar].

A imprescindível reclusão



Há sempre o momento de pedir ajuda, de se abrir, de tentar sair do buraco. Mas, antes, é imprescindível passar por uma certa reclusão. Fechar-se em si, reconhecer a dor e aprender com ela. Enfrentá-la sem atuações. Deixar ela escapar pelo nariz, pelos olhos, deixar elavazar pelo corpo todo, sem pudores.(Martha Medeiros)

Como Roubar Um Coração

Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente... Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente. Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência... É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.

Para se conquistar um coração definitivamente, tem que ter garra e esperteza... é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.

Então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco. Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração....
E... é assim que se rouba um coração, fácil não?

Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então! E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você. (Luís Fernando Veríssimo)

Após cada mudança significativa...

Com todo o perdão da falta de fontes mais precisas, 
trago a cara doutora Henri indagando: 
Voce é uma pessoa confiável?
 
Muitas pessoas resistem para admitir que sim, pois acreditam que isso é sinônimo de pessoas fracas e sem personalidade. Mas, o fato é que somos influenciáveis por natureza e o nosso círculo de convivência tem relativa participação nisso. Isso indica que devemos observar atentamente as mensagens que recebemos porque corremos o risco e nos tornar parecidos com pessoas de hábitos e atitudes que não toleramos.

O contrário também é verdadeiro. Conviver com pessoas entusiasmadas, saudáveis, cheias de energia, de bem com a vida e prósperas nos influencia a ter características semelhantes. Reflita um pouco sobre quais as influências que você vem recebendo e o quanto elas têm favorecido para a sua condição atual. Já que a influência de pessoas ou circunstâncias é um fato escolher as pessoas que podem nos influenciar torna-se uma atitude sábia.

Desde muito cedo as pessoas tentam viver a vida dos outros e muitas vezes esquecem-se de explorar a sua própria vida, porque, meus amigos, qualquer pessoa consegue ser um Ser Humano maravilhoso, desde que use a cabeça ao mesmo tempo que usa o coração.

Outros dos defeitos que detesto em muitas pessoas é o de tentarem impor os seus pensamentos e idéias infrutíferas pois, todos nós sabemos que pessoas minimamente inteligentes sabem que estão neste mundo e que não são só uns calhaus com olhos. Portanto, podemos pensar e tirar conclusões do que vimos e ouvimos.

Se você não deseja ter em sua vida hábitos, atitudes e condições parecidas com as pessoas da sua convivência hoje é hora de mudar. Faça novas amizades. Permita-se criar relacionamentos com outros colegas de trabalho. Se for do teu feitio, destaque um mentor para inspirá-lo de forma positiva e, principalmente, fique atento às influências que estás a receber para não acabar tendo uma vida que tu não querias e conviver com pessoas que não gostas pois, de acordo com um velho amigo “diga-me com quem andar que eu te direi para onde vais.

Não se esquecer de, abrir a boca e transmitir o que lhes vai na alma, não ter medo de levarem um riso da outra parte. Uma das coisas que ainda temos gratuita no mundo é a liberdade de pensamento e de expressão. 


Contudo, tenhas bom senso! 
Sempre é bom lembrar do fato de que, a grande conquista do Ser Humano é tentar comportar-se adequadamente em meio a tantas dificuldades e desigualdades. Na prática, isso significa adquirir evolução. Implica em tirarmos as algemas, quebrando paradigmas, desfazendo os nós de nossas vidas, voarmos para novos rumos. E, após cada mudança significativa..., seremos mais rreconhecendo claramente de onde viemos, quem somos, do que precisamos e com o que realmente contamos!

E para encerrar, "Desperte sentidos para que não perca tudo de belo e formoso que te cerca. Apage o cinza de tua vida. E acenda as cores que carregas dentro de si".  Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste!

Uma mulher que nos dá um exemplo sem igual

"Quando falamos em História temos o costume de nos refugiar no passado. É nele que se pensa encontrar o seu começo e o seu fim. Na realidade, é o inverso: a História começa hoje e continua amanhã" (D.N.Marinotis).
É com este rico pensamento que vos convido a ver uma incrível "História de Vida", algo sobre o que eu chamo de lado "bom" da História, aquilo que me faz ter orgulho do ser humano: pessoas que valem a pena. E pra mim, Olga Benário é uma delas. No ano de 2008, dia 12 de Fevereiro, ela recebeu homenagens em Berlim. A Galeria Olga Benario de Berlim inaugurou “pedra de tropeço” (pequenas placas de latão cravadas nas calçadas dos prédios onde moraram vítimas do Holocausto), em frente ao último endereço que ocupou na capital alemã, na calçada da Innstrasse 24, no bairro berlinense de Neukölln.



Suavíssima

Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
No céu de outono, anda um langor final de pluma
Que se desfaz por entre os dedos, vagamente . . .

Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . . 
Tudo se apaga, e se evapora, e perde, e esfuma . . .
Fica-se longe, quase morta, como ausente . . .
Sem ter certeza de ninguém . . . de coisa alguma . . .
Tem-se a impressão de estar bem doente, muito doente,
De um mal sem dor, que se não saiba nem resuma . . .

E os galos cantam, no crepúsculo dormente...
Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
A alma das flores, suave e tácita, perfuma
A solitude nebulosa e irreal do ambiente . . .

Os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .
Tão para lá!
. . . No fim da tarde . . . além da bruma . . .
E silenciosos, como alguém que se acostuma
A caminhar sobre penumbras, mansamente,
Meus sonhos surgem, frágeis, leves como espuma . . .
Põem-se a tecer frases de amor, uma por uma . . .
E os galos cantam, no crepúsculo dormente . . .

[Cecília Meireles]

O Temor Combate-se com a Esperança

Não haverá razão para viver, nem termo para as nossas misérias, se fôr mister temer tudo quanto seja temível. Neste ponto, põe em acção a tua prudência; mercê da animosidade de espírito, repele inclusive o temor que te acomete de cara descoberta. Pelo menos, combate uma fraqueza com outra: tempera o receio com a esperança. Por certo que possa ser qualquer um dos riscos que tememos, é ainda mais certo que os nossos temores se apaziguam, quando as nossas esperanças nos enganam.Estabelece equilíbrio, pois, entre a esperança e o temor; sempre que houver completa incerteza, inclina a balança em teu favor: crê no que te agrada. 

Mesmo que o temor reúna maior número de sufrágios, inclina-a sempre para o lado da esperança; deixa de afligir o coração, e figura-te, sem cessar, que a maior parte dos mortais, sem ser afectada, sem se ver seriamente ameaçada por mal algum, vive em permanente e confusa agitação. É que nenhum conserva o governo de si mesmo: deixa-se levar pelos impulsos, e não mantém o seu temor dentro de limites razoáveis. 
Nenhum diz: - Autoridade vã, espírito vão: ou inventou, ou lho contaram. Flutuamos ao mínimo sopro. De circunstâncias duvidosas, fazemos certezas que nos aterrorizam. Como a justa medida não é do nosso feitio, instantaneamente uma inquietude se converte em medo.
Fonte: Séneca, in 'Dos Reveses'.

Apresentando a Técnica Tempestade de Idéias (Braistorming)


Brainstorming ou tempestade de idéias é uma técnica grupal – ou individual – na qual explora o potencial de ideias de um grupo de maneira criativa e com baixo risco de atitudes inibidoras. Vem sendo considerada a espinha dorsal em muitas áreas, são realizados exercícios mentais com a finalidade de resolver problemas específicos. 

      Considera-se três fases distintas, onde a “primeira é aquela em que as ideias são geradas, a segunda é destinada à realização dos esclarecimentos relativos aos processos, e a terceira presta-se à avaliação das ideias propostas.

Esse trabalho propicia ao aluno a espontaneidade, a participação exercida com autonomia, bem como, a originalidade das propostas apresentadas, enquanto solução das questões e dos problemas elencados. O desenvolvimento desta técnica transformando a sala de aula num laboratório gerador de idéias, onde se desenvolvem posturas empreendedoras e diligentes.
A avaliação dessa técnica consiste no engajamento do aluno ao processo de construção coletiva, objetivando a desenvoltura deste aluno – capacidade de expressar as próprias idéias – e suas condições de análise de melhor solução ao problema tratado, outrossim, estarem abertos também as novas transformações concebidas durante essa busca e, às críticas suscitadas no decorrer dessa construção, pois este aluno no seu engajamento e na co-responsabilidade desse empreendimento percebe-se enquanto parte desse movimento de construção da história, portanto capaz de agir e intervir em seu próprio proveito e do seu grupo cultural.

Na primeira etapa - Existe uma técnica utilizada como aquecimento ou desbloqueio de grupos, o professor tem papel fundamental, neste momento, formula perguntas para estimular os participantes a apresentarem suas próprias idéias sobre o tema a ser discutido, visando construírem conceito (s) ou solução (s) de problema (s) proposto (s), dessa maneira envolve “todos” na discussão e compromete-os na construção dos conceitos ou soluções dos problemas levantados, a co-participação nesse primeiro passo desloca o aluno da condição passiva de receptáculo para uma condição ativa de agente da história.
Na segunda etapa a técnica – DISCUSSÃO EM PEQUENOS GRUPOS – é utilizada como tratamento de tema extenso e complexo com variados elementos necessários à compreensão e, para a exploração de determinado assunto, sob diferentes aspectos, visando posterior exposição e debate. O objetivo principal da técnica é contribuir para a compreensão global do tema, para tanto, encaminha os alunos quanto á correção de falhas detectadas nos itens avaliados durante todo processo de aplicação.
Nesta técnica a característica fundante é o fracionamento do tema possibilitando uma abordagem mais significativa dos conceitos e dos princípios, contribuindo dessa forma para a solução de questões e problemas, que serão apresentados como conclusões dos pequenos grupos para o grupão pelos alunos-observadores. Essas conclusões são submetidas à crítica do grupão, e constitui elemento básico para a realização do relatório final, que é de responsabilidade dos alunos-secretários, sob orientação do instrutor.
O momento avaliativo dessa técnica verifica a objetividade do relato; considerando se os conceitos e argumentos correspondem ao tema tratado e a pertinência das questões e problemas tratados e, estes procedimentos deverão conduzir a avaliação do relatório final.
A participação dos alunos não fica condicionada a meros expectadores, mas ao contrário, estes assumem papéis e desempenham tarefas definidas: aluno-coordenador, aluno-secretário e aluno-observador, portanto, participam registrando os resultados, organizam a parte final da discussão em relatório, elaboram o relatório final (responsabilidade dos alunos-secretários) todas essas etapas sob orientação do professor.
O professor por sua vez aplica a técnica dividindo a turma em tantos grupos quantos forem os aspectos tratados do tema, distribuindo os papéis entre os integrantes do grupo para desempenharem suas tarefas definidas. Assim o papel do professor será o de consultor, instruindo os alunos sobre o tema, a bibliografia e outras fontes de consulta e quando for solicitado deverá exemplificar concretamente a partir de sua experiência profissional facilitando a discussão e, ainda, auxilia o grupo quanto aos registros dos resultados, orientando quanto à organização final da discussão em relatório final.

Enfim, cada uma das três fases possui passos específicos e o desdobramento ocorre da seguinte forma:
Fase 1:
- passo 1: Escolhe-se um facilitador para o processo que definirá objetivo.
- passo 2: Formam-se grupos de até dez pessoas;
- passo 3: Escolhe-se um lugar estimulante para a geração de ideias;
- passo 4: Os participantes terão um prazo de até 10 minutos para fornecer suas ideias, que não devem ser censuradas.

Fase 2:
- passo 5: As ideias deverão ser consideradas e revisadas, disseminando-se entre os participantes;
- passo 6: O facilitador deverá registrar as ideias em local visível (quadro, cartaz etc).

Fase 3.
- passo 7: Deverão ser eliminadas as ideias duplicadas;
- passo 8: Deverão ser eliminadas as ideias fora do propósito determinado;
- passo 9: Das ideias restantes devem ser selecionadas aquelas mais viáveis (se possível, por consenso entre os participantes.

FONTE: Trechos do artigo elaborado como requisito para conclusão no Curso de Pós - graduação “ Lato Sensu”  Especialização em Metodologia do Ensino Superior, Turma ‘C’, oferecido pela Universidade Federal de Rondônia - UNIR - Fundação Rio Madeira - RIOMAR e orientado pelo Professor Ms. Clarides Henrich de Barba, em dezembro de 2006. - Francisca Osania Leite2Osnir Martins da Silva3João Paulo S. L. Viana4Paulo de Tarso C. Oliveira5.