sexta-feira, novembro 9

O Concerto: uma catarse como a purificação das almas, provocada por um drama


‘O Concerto’ tem este mérito: nos tocar profundamente nos instigando a iniciar nossa própria jornada, onde o herói sou eu mesmo, e onde dentre tantas incertezas só é certo que o resultado será surpreendentemente maravilhoso, pois o que poderá haver de melhor do que me resgatar?

Assisto o filme e durante toda a projeção tenho a sensação de que estou sendo lançada de um lugar para outro, jogada em um espaço de angústia, de agonia! Entro em contato com as situações de tensão da minha própria vida onde tudo parecia dar errado, aqueles momentos em que pensava que iria sucumbir, ser engolida pelo tsunami de azar que se movia em minha direção!

Fico pensando em como um filme cujo título é “O Concerto” pode me deixar tão desconcertada! Como é possível um filme iniciar com música clássica, contar a história de uma orquestra fabulosa, terminar com uma apoteótica sinfonia, e ainda assim nos invadir com tamanha sensação de desencontro, traçando seu enredo em um gritante descompasso!

Foi com este desconforto que comecei a refletir sobre minha própria jornada em busca da minha harmonia interna, me conectando com meus acordes desarmoniosos, com minhas notas dissonantes, ou até mesmo destoantes. Fui conduzida a olhar para este lugar de confusão, de conflito e caos, a partir do qual é possível encontrar a ordem, refazer o cosmos, chegando a harmonia plena!

Dentre tantas análises belíssimas que este filme poderia inspirar, eu escolho neste momento pensar na ‘Jornada da Alma’ em busca de suas verdades profundas, em busca de integrar partes faltantes e perdidas ao longo da estrada, de forma a concatenar um todo cheio de sentido e significado, capaz de promover harmonia.