Na ação da pedagogia libertadora, Freire sempre concebeu a pedagogia como uma atividade essencialmente política. Sendo a sua abordagem, desta forma, um instrumento explicitamente político, referido ao contexto peculiar da estrutura capitalista de nossa sociedade.
Assim, seu ponto de partida e seu ponto de chegada é o homem oprimido. Seu objetivo: re-humanizar aqueles que foram destituídos de humanidade pela opressão e pela exclusão. Para que isso aconteça é fundamental que a prática pedagógica não se realize fundada na autoridade do mestre, na memorização “acrítica” e na ausência de criatividade.
A interação pedagógica se faz entre sujeitos “aprendentes”, pois "ninguém ensina nada a ninguém" - uns aprendem com os outros. O instrumento por excelência da ação pedagógica: o diálogo baseado no amor. Somente assim poderá haver comunicação (com) partilhada e, por conseguinte, aprendizagem significativa.
As idéias e método de Freire são expressão que ele mesmo gostava de usar - datados e situados. Surgiram no Brasil, no final dos anos cinqüenta e início dos anos sessenta, momento em que as massas populares brasileiras tomavam consciência de si, e se mobilizavam para participar ativa e efetivamente de sua história, após séculos de alienação e exclusão do poder de decisão sobre suas condições concretas de vida.
Freire via na educação, naquele momento, e em particular na alfabetização - já que somos um país com uma grande maioria de analfabetos -, um momento pedagógico fundamental para que esta participação pudesse orientar-se de uma forma consciente, desalienada, não fisiológica, fundamentada, sobretudo na realidade concreta do educando e na possibilidade de sua transformação.
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